A AMIB parabeniza a instituição pelos seus 50 anos e deseja vida longa com respeito e trabalho em prol do paciente crítico.
“Não costumo comemorar datas, mas essa não posso deixar passar. Foram 50 anos de atividades de um time cuidando de pacientes graves numa UTI, um novo conceito introduzido no Brasil no início da década de 70.
Se fosse contar as experiências adquiridas demoraria um tempo sem fim. Mas posso garantir que foram inúmeras e muito emocionantes e impactantes na qualidade e resultados do tratamento desses pacientes graves.
Nos dias atuais conseguimos recuperar muito mais vidas e com melhor qualidade, se comparando com os tempos iniciais. E isso não dependeu só de equipamentos: a tecnologia isolada é um corpo sem alma. E a alma de qualquer serviço de assistência à saúde são os profissionais que nela atuam. Hoje temos uma prática de Medicina Intensiva de alto nível em nosso país. Às vezes me surpreendo e fico extremamente feliz quando encontro serviços de alta qualidade de assistência, inovação e organização nos diversos recantos desse extenso Brasil, tanto nos públicos como privados. Sinto um verdadeiro orgulho de meus colegas quando faço essa constatação, que dá um alento e esperança para um futuro auspicioso para o nosso querido Brasil.
Mas o que significa esse número 50 que agora estamos comemorando? Na verdade, esse é apenas um detalhe do calendário, pois é muito difícil incorporar na nossa compreensão todos esse tempo de atuação nessa área tão complexa da medicina.
Tive o privilégio de conviver com grandes profissionais e visitar, dar aulas, participar em Congressos nos maiores centros em todo o mundo. Publicamos muitos livros e trabalhos científicos. Junto com outros colegas levamos com muita honra o nome do Brasil em muitos eventos e congressos internacionais A UTI do Einstein é conhecida e reconhecida nesses grandes centros mundiais.
Que mais poderia desejar nessa fase da vida? Invariavelmente continuo vindo ao hospital e logo cedo visito inicialmente a UTI no 5º andar, converso e troco ideias com meus colegas e outros profissionais, vejo meus pacientes e depois visito a Unidade de Cardiologia, no 8º andar. Não existe um dia em que não aprendo algo de novo.
Esse é o grande atrativo para que possamos continuar atuando com muito prazer e amor nessa profissão que abraçamos. Quando vejo meus colegas correndo de um lado para outro, atendendo os pacientes cuja vida está por um fio, ou conversando com suas famílias, vem a minha mente uma imagem de longos tempos pregressos que me fazem recordar de minha atuação nesses anos que “vivo” na UTI. E, invariavelmente, essa constatação me faz refletir sobre a vida, o tempo que passou e a emoção transborda.
O que mais desejo é continuar fazendo o que sempre fiz, com muita saúde, para minha família, meus amigos e todos que fazem desse time único e admirável da UTI do Einstein”.
Elias Knobel – Diretor emérito e fundador do CTI do Hospital Albert Einstein