Edição 2025 da certificação conferida pela AMIB e Epimed destaca 304 hospitais brasileiros com UTIs de alto desempenho; reconhecimento valoriza segurança do paciente e gestão eficiente
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e a Epimed Solutions anunciaram os resultados da edição 2025 da certificação anual que reconhece as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de melhor desempenho no País. Neste ano, 304 hospitais brasileiros foram contemplados com os selos Top Performer e Eficiente, concedidos a instituições que se destacaram pela segurança do paciente, eficiência no uso de recursos e qualidade assistencial no atendimento a pacientes críticos.
A avaliação considerou o desempenho de 800 hospitais monitorados pelo Projeto UTIS Brasileiras em 2024 (352 públicos e 448 privados), que juntos ofertam mais de 20 mil leitos de UTI no Brasil. “Esses hospitais representam o que há de mais avançado em terapia intensiva no Brasil. São unidades que priorizam o cuidado seguro, medem resultados e buscam excelência clínica mesmo em contextos desafiadores”, explica Patrícia Mello, presidente da AMIB.
Entre os 304 hospitais reconhecidos nesta edição, 164 são privados que receberam o selo Top Performer, e outros 82 conquistaram o selo de Eficiência. Já entre os públicos, 25 hospitais foram certificados como Top Performer e 33 como Eficientes. Embora a proporção de hospitais públicos premiados ainda seja considerada baixa em relação ao universo monitorado, a AMIB destaca que esse grupo vem apresentando avanços significativos nos últimos anos.

“O crescimento do número de unidades públicas certificadas reflete o esforço de gestores e equipes do SUS em qualificar a assistência crítica por meio de práticas baseadas em evidências e indicadores, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais”, ressalta a presidente da AMIB.
Em comparação com a edição anterior, é possível ver que o número de hospitais premiados cresceu, especialmente no setor público. Em 2024, 21 hospitais públicos foram certificados como Top Performer, enquanto em 2025 este número subiu para 25, um aumento de 19%. Para o selo Eficiente, o aumento foi mais expressivo, passando de 19 para 33 hospitais certificados, um salto de 74%. No setor privado, os números passaram de 136 para 164 (Top Performer) e de 68 para 82 (Eficiente).
“A evolução dos hospitais públicos mostra que é possível avançar, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais. Mas ainda há um desequilíbrio importante: a maioria dos reconhecimentos segue concentrada no setor privado, o que reforça a necessidade de mais investimentos e gestão orientada por dados no SUS”, avalia o médico intensivista Ederlon Rezende, presidente do Conselho Consultivo da AMIB. Ele destaca que o projeto UTIs Brasileiras tem sido fundamental para ampliar essa cultura de melhoria contínua, ao incentivar a adesão de novos hospitais ao monitoramento de desempenho, à transparência dos dados e à busca por resultados mais seguros e eficientes para os pacientes.
Criada em 2016, a certificação visa reconhecer anualmente a qualidade e a excelência do atendimento prestado por essas unidades, refletindo o compromisso com a melhoria contínua e a promoção de um cuidado seguro, sustentável e eficiente para pacientes em estado crítico. A avaliação incluiu mais de 1.800 UTIs Adulto de hospitais públicos e privados do Brasil, resultando em 530 unidades que atendem aos critérios de certificação. Destas, 301 foram designadas como UTI Top Performer e 229 como UTI Eficiente.
CRITÉRIOS – A certificação leva em conta uma série de indicadores que medem o desempenho real das UTIs, ajustado ao perfil dos pacientes atendidos. Para isso, são utilizados dois parâmetros principais: a Taxa de Mortalidade Padronizada (TMP), que compara o número de mortes esperadas com o número de mortes reais, levando em conta a gravidade dos pacientes; e a Taxa de Utilização de Recursos Padronizada (TURP), que avalia se a UTI faz um uso adequado dos recursos disponíveis — nem em excesso, nem de forma insuficiente.
Esses dois indicadores são calculados a partir de escores reconhecidos internacionalmente, como o SAPS 3, que estima o risco de morte logo na admissão do paciente na UTI. Para receber o selo Top Performer, a unidade precisa estar entre as 33% melhores UTIs do país nesses dois indicadores. Já o selo de UTI Eficiente é concedido às unidades que estão acima da média, mas não entre as melhores — entre o 33º e o 50º percentil.
Além disso, só são avaliadas UTIs que usam o sistema de monitoramento da Epimed durante todo o ano de análise, com volume mínimo de internações e preenchimento confiável dos dados clínicos. As UTIs ainda são avaliadas de acordo com o perfil dos pacientes que atendem. Por isso, há distinção entre UTIs cardiológicas (com maioria de pacientes com problemas do coração) e UTIs gerais (com pacientes de diferentes perfis clínicos ou cirúrgicos).
CONFIRA AS UTIS CERTIFICADAS: