A convite do Ministério da Saúde, AMIB apresenta panorama sobre a medicina intensiva no Brasil

Medicina Intensiva como Pilar Estratégico para a Qualidade e Eficiência no Sistema Único de Saúde (SUS). Esse foi o tema da oficina apresentada pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) a convite do Ministério da Saúde (MS) a representantes da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES), em Brasília. A apresentação teve por objetivo apresentar um retrato atual da medicina intensiva no Brasil.

A comitiva da AMIB, formada pela presidente da associação, Patrícia Mello, pelos diretores Cristiano Augusto Franke e Marcelo Maia, pelo presidente do Conselho Consultivo, Ederlon Resende, e pela presidente da comissão de formação do intensivista, Flavia Machado, apresentaram uma série de informações, como a distribuição de leitos e de especialistas no território nacional e o perfil da força de trabalho médico nas UTIs brasileiras.

Na ocasião, também foi abordado a importância do monitoramento contínuo e da gestão baseada em dados. Como exemplo foi apresentado o Projeto UTIs Brasileiras, e que monitora mais de 40 mil leitos.

“A proposta foi discutir os principais desafios e caminhos de solução para a construção de uma medicina intensiva de excelência em todo o Brasil. Nas oficinas, compartilhamos dados técnicos, levantamentos e discutimos os diversos aspectos que envolvem a assistência ao paciente grave. Também nos colocamos à disposição para colaborar na construção de linhas de cuidado do paciente grave, de diretrizes de saúde e em projetos de fortalecimento da formação, envolvendo a medicina intensiva”, comenta a presidente da AMIB, Patrícia Mello.

Na avaliação da presidente da AMIB, o encontro com foi positivo e resulta de uma série de visitas e interações ao Ministério da Saúde, que ocorrem há mais de um ano. Participaram da oficina Arthur Lobato Barreto Mello, diretor do Departamento de Atenção Especializada e Temática (DAET); Tatiane Batista Chaves, assessora do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU); Alyne Ferreira, assessora do Departamento de Regulação Assistencial e Controle (DRAC); Natascha Nepomuceno, assessora da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e Patrícia Peres, assessora da Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes (CGSNT), entre outros.

Tecnologia e gestão eficiente garantem reconhecimento a instituições públicas de saúde

Treze instituições públicas de saúde foram homenageadas na noite desta quarta-feira (25), em Brasília (DF), durante o IV Encontro Nacional de Gestão em Saúde Pública. A premiação, promovida pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) em parceria com o Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente (IBSP), reconheceu o uso estratégico de tecnologia e dados na gestão clínica de hospitais públicos em todo o País.

O evento reuniu gestores estaduais e municipais de saúde, executivos da área e especialistas que debateram o papel da governança clínica na melhoria da qualidade assistencial e no uso mais eficiente dos recursos públicos. As instituições premiadas são participantes do Programa Epimed Governança Clínica, que apoia a elaboração e execução de planos de ação com base em indicadores de desempenho monitorados continuamente.

Durante a cerimônia, a presidente da AMIB, Patrícia Mello, reforçou a importância de manter as equipes técnicas em constante atualização. “A capacitação da equipe multidisciplinar é fundamental para os desfechos dos pacientes nas UTIs. Sabemos que a infraestrutura, a tecnologia e o suporte intra e extra-hospitalares são importantes para se ter uma UTI de qualidade, mas nada se compara à importância da qualificação adequada da equipe multidisciplinar que atuará nesses locais. Por isso, os gestores precisam prever um sistema de educação continuada, especialmente para aqueles que atuam como plantonistas, pois, muitas vezes, não são intensivistas, mas médicos generalistas ou especialistas de outras áreas”, destacou.

Na mesma linha, o diretor da AMIB, Cristiano Augusto Franke, ressaltou a relevância dos dados na tomada de decisão dentro das unidades hospitalares. “Os indicadores e sua gestão adequada, com base nos resultados que conseguimos analisar, são extremamente relevantes para a tomada de decisão na administração das UTIs e dos hospitais. A UTI é o setor que mais demanda recursos dentro do hospital, pois concentra os pacientes mais graves. Por isso, precisamos de informações pertinentes para identificar onde podemos e devemos melhorar, onde já estamos bem e em quais áreas devemos focar para continuar avançando na qualidade do cuidado aos nossos pacientes”, declarou.

A cerimônia contou ainda com a presença do presidente do Conselho Consultivo da AMIB, Ederlon Resende, e do diretor da entidade Marcelo Maia, que reforçaram o compromisso institucional com a valorização da gestão baseada em evidências e com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de iniciativas que promovam eficiência, qualidade assistencial e segurança do paciente.

REDE MONITORADA – A análise e uso de dados também foram destacados pelo diretor médico da Epimed, Maurício Velasco, ao apresentar os resultados do programa. “Tudo precisa ser medido. E medir na gestão pública é ainda mais significativo, porque conseguimos ver resultados surpreendentes. É possível produzir muito mais mesmo dentro das limitações estruturais que esses hospitais enfrentam. Independentemente do tempo em que o hospital está inserido no programa, os ganhos são evidentes”, afirmou.

Atualmente, o programa abrange 13 instituições estaduais e municipais, em nove estados brasileiros, totalizando 180 hospitais, mais de 20 mil leitos, sendo 4.321 de UTI (adulto, pediátrica e neonatal), e 16 mil leitos de enfermaria. Dados da Epimed apontam uma redução de 11,90 para 11,36 dias no tempo médio de internação entre 2023 e 2024, representando uma queda de mais de 3% no tempo médio geral e quase 10% nos leitos de enfermaria.

Essa melhoria operacional gerou um ganho estimado de 224 mil leitos-dia, possibilitando o atendimento de cerca de 19,7 mil pacientes a mais em 2024, sem aumento estrutural. Com base no custo médio de R$ 500 por diária hospitalar, a economia alcançada no último ano foi de aproximadamente R$ 157 milhões.

Instituições homenageadas*

  • Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas
  • Secretaria de Estado de Saúde da Bahia
  • Secretaria de Estado da Saúde de Goiás
  • Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão
  • Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
  • Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro
  • Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Norte
  • Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe
  • Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia
  • Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
  • Fundação ABC
  • Fundação Faculdade de Medicina – HCFMUSP
  • Instituto Nacional de Câncer – INCA

*Referência 2024

Nota de falecimento – Prof. Rinaldo Bellomo

É com enorme tristeza que a AMIB comunica o falecimento do Prof. Rinaldo Bellomo ocorrido no dia 06/05/2025 em Melbourne- Austrália.

Prof. Bellomo é considerado um dos mais importantes intensivistas da atualidade com um número impressionante de publicações científicas além de ter participado da formação de inúmeros profissionais de diversos países. Com o seu falecimento, a Medicina perdeu uma das suas mentes mais brilhantes.

Brasil assume vice-presidência da FEPIMCTI e se prepara para liderar a federação a partir de 2027

Em um marco histórico para a medicina intensiva brasileira, o médico Ederlon Rezende, presidente do Conselho Consultivo da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), foi eleito nesta sexta-feira (11) vice-presidente da Federação Pan-Americana e Ibérica de Medicina Crítica e Terapia Intensiva (FEPIMCTI). A eleição ocorreu durante a Assembleia Geral da entidade, que também aprovou ajustes no estatuto da federação.

Com a eleição, o Brasil garante pela primeira vez um posto de liderança na FEPIMCTI. Pelo estatuto da federação, o cargo de vice-presidente assegura a ascensão automática à presidência em 2027, o que projeta o País para uma posição de destaque internacional na especialidade.

“O Brasil, por meio da AMIB, terá um papel importante nesse processo, porque será a primeira vez que ocupará esse posto de liderança na federação. Avalio como uma grande oportunidade para aumentar a integração do Brasil com os países da América e da Península Ibérica, contribuindo para o desenvolvimento da especialidade, especialmente na América Latina”, comemorou Dr. Ederlon.

FEPIMCTI – Atuante em prol do fortalecimento da medicina intensiva nas Américas e na Península Ibérica, a FEPIMCTI reúne sociedades científicas de 25 países.

A federação tem como missão promover a colaboração entre profissionais e entidades da área de terapia intensiva, incentivando a troca de experiências, o desenvolvimento científico e a difusão de boas práticas assistenciais.

Com forte atuação na integração regional, a FEPIMCTI organiza congressos, jornadas de atualização e iniciativas conjuntas que contribuem para a formação contínua dos especialistas e a melhoria da qualidade do atendimento a pacientes críticos. Ao assumir a vice-presidência, o Brasil amplia seu protagonismo na federação e fortalece sua presença nas discussões estratégicas sobre os rumos da especialidade.