A FEPIMCTI, Federação Panamericana e Ibérica de Sociedades de Medicina Crítica e Intensiva, publicou um manifesto em prol do bem-estar dos profissionais de saúde em meio à pandemia de Coronavírus.
A federação aponta que, desde o começo da pandemia, mais de 2 milhões de pessoas faleceram em mais de 190 países que estão com os sistemas de saúde sobrecarregados, com escassez de materiais e sem recursos para atender todos os pacientes.
A terapia intensiva, o último elo no tratamento dos pacientes mais grave, foi particularmente afetada. Os recursos precisaram ser radicalmente expandidos, não apenas na criação de novos leitos, mas também na aquisição de equipamentos, principalmente os que são relacionados à ventilação mecânica.
A FEPIMCTI reconhece que os profissionais de saúde das unidades de terapia intensiva sofreram diretamente o impacto da pandemia. Tiveram que atender um número altíssimo de pacientes graves, muitas vezes sem os equipamentos de proteção individual adequados. Hoje, o cenário é de centenas de profissionais de saúde sobrecarregados física e psicologicamente.
O manifesto aponta também que os pacientes de COVID-19 em estado menos grave e pacientes de outras enfermidades ficam menos assistidos, uma vez que é necessário encaminhar os recursos para os enfermos em estágio mais grave.
Há ainda um grande número de pacientes que passam longos períodos internados longe dos familiares, chegando a falecer acompanhados, apenas, dos profissionais de saúde. A federação destaca que a pandemia ressaltou a importância da medicina intensiva e mostrou que o principal valor dos sistemas de saúde está nas pessoas.
O principal objetivo do manifesto da FEPIMCTI é fazer um apelo a todos com responsabilidades em meio à pandemia, como poderes públicos, gestores, instituições, meios de comunicação e a própria sociedade.
O manifesto pede para que as decisões tomadas pelos líderes políticos sejam baseadas em fatos científicos, visando a maior eficácia possível, longe interesses políticos e confrontos partidários. Há também um apelo pelo fortalecimento do sistema de saúde e planos de contingência baseados em indicadores confiáveis, liderados por profissionais da medicina intensiva e com critérios transparentes de triagem.
Os profissionais de saúde são muito citados pelo manifesto, sendo exigidos materiais de proteção adequados, treinamento, assistência, proteção e bem-estar emocional. O documento pede também colaboração da população, para que sejam seguidas as medidas de precaução, e apoio da mídia na disseminação de informações verdadeiras.
Você pode conferir o manifesto da FEPIMCTI na íntegra (em espanhol) clicando aqui. Para acessar a versão traduzida ao português, clique aqui.