A Importância da Conscientização das Infecções Hospitalares: Um Alerta no Dia Nacional do Controle de Infecções Hospitalares
No dia 15 de maio, é comemorado o Dia Nacional do Controle de Infecções Hospitalares, uma data que busca chamar a atenção da população sobre a importância de conscientizar-se a respeito dos riscos das infecções hospitalares. Essas infecções representam uma causa significativa de morbidade e mortalidade em pacientes hospitalizados, além de aumentarem os custos e o tempo de internação, contribuindo para desfechos desfavoráveis.
O papel dos intensivistas é fundamental na prevenção das infecções hospitalares. Eles desempenham diversas medidas preventivas, como a redução do uso de dispositivos invasivos, a implementação de medidas preventivas associadas à ventilação mecânica, a manutenção de níveis adequados de sedação em pacientes ventilados, a oferta de nutrição adequada e a adesão rigorosa à higiene das mãos. Essas atitudes estão relacionadas ao cuidado centrado no paciente, visando minimizar os riscos de infecções durante a internação.
Segundo Dr. Fabiano Nagel médico intensivista, entre os principais fatores de risco para infecções hospitalares, destacam-se os extremos de idade, doenças crônicas como diabetes, hipertensão, doença pulmonar crônica e insuficiência renal, imunodepressão devido a indicação médica (como transplantes), procedimentos invasivos (como cirurgias) e o uso excessivo de antibióticos, que pode levar ao surgimento de bactérias multirresistentes. “Conscientizar familiares e pacientes sobre a importância de seguir as orientações de higiene das mãos, evitar o uso desnecessário de antibióticos e manter um estilo de vida saudável, com alimentação adequada e atividade física regular, pode ajudar a prevenir as infecções hospitalares”, explica.
Ainda de acordo com o Dr. Nagel, em relação à saúde brasileira, há pontos que precisam ser melhorados no que diz respeito ao controle de infecções hospitalares. O conhecimento da população sobre a sepse, por exemplo, precisa ser ampliado para que seja tratada rapidamente e com qualidade. “É essencial que os hospitais invistam de forma significativa em políticas robustas e sustentadas de higiene das mãos. Além disso, é fundamental a implementação de políticas nacionais de prevenção de infecções hospitalares, bem como sua aplicação efetiva nas instituições de saúde, o que infelizmente ainda não é uma realidade disseminada no Brasil. A atenção básica à saúde também desempenha um papel crucial, tratando de forma eficiente as doenças crônicas e reduzindo as internações hospitalares, o que contribui para minimizar a ocorrência de infecções nosocomiais”, analisa.
É importante ressaltar que a mortalidade por sepse nos hospitais brasileiros ultrapassa 50%. Considerando que uma parte significativa dessas mortes é decorrente de infecções hospitalares, fica evidente a necessidade de atuar na redução dos fatores de risco e na implementação de medidas preventivas, as quais estão bem documentadas na literatura médica.
A conscientização da população sobre os riscos das infecções hospitalares é essencial para reduzir a morbidade e mortalidade associadas a essas infecções.