AMIB Oferece Curso de Atualização em Enfermagem Nefrointensivista: Capacitação para Enfermeiros em Terapia Intensiva Renal

Curso de Atualização em Enfermagem Nefrointensivista Aborda Avanços na Terapia Intensiva Renal

Nos dias 20, 21 e 22 de agosto de 2024, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) realizou um curso de atualização direcionado a enfermeiros especializados em nefrointensivismo. O curso, com 10 horas de carga horária, foi oferecido no formato online e ao vivo, com aulas ministradas por profissionais renomados na área, visando qualificar enfermeiros para a complexa atuação junto a pacientes em diálise na terapia intensiva.

Coordenado pelo Prof. Drto. Joathan Borges Ribeiro, especialista em nefrointensivismo e membro ativo da AMIB, o curso abordou de maneira aprofundada a lesão renal aguda (LRA) e o papel crucial dos enfermeiros na vigilância e cuidado de pacientes em terapia renal substitutiva. O conteúdo foi embasado nas mais recentes evidências científicas e propôs capacitar os profissionais para a prática clínica avançada.

Conteúdo Programático e Metodologia

Dividido em três dias, o curso apresentou uma metodologia dinâmica e interativa, com aulas expositivas dialogadas e recursos midiáticos, que incluíram simulações práticas com imagens e vídeos reais. Essa abordagem permitiu que os participantes aplicassem o conhecimento teórico em cenários clínicos simulados, preparando-os para enfrentar situações críticas no dia a dia das unidades de terapia intensiva.

No primeiro dia, o Enf. Drto. João Paulo Victotino, um dos principais palestrantes, introduziu os participantes à fisiopatologia da lesão renal aguda (LRA), discutindo a classificação e apresentação clínica dessa condição em pacientes críticos. A aula também abordou as síndromes cardiorrenal e hepatorrenal, condições associadas à LRA, fundamentais para a prática da enfermagem intensiva.

O segundo dia foi dedicado ao estudo detalhado da terapia de substituição renal contínua (CRRT). O Enf. Dr. Filipe Utuari de Andrade Coelho apresentou os componentes técnicos da terapia, desde a montagem dos circuitos até a manutenção das máquinas, além de discutir as possíveis intercorrências que o enfermeiro pode enfrentar. Outro ponto de destaque foi a integração da CRRT com a terapia de suporte extracorpóreo (ECMO), um procedimento avançado para pacientes em estado crítico.

O último dia focou em terapias emergentes, como a remoção extracorpórea de CO2 (ECCO2R) e a diálise de albumina de única passagem (SPAD). A Enfa. Esp. Alessandra Acquesta Castelli, palestrante do dia, compartilhou experiências práticas sobre o impacto dessas terapias no cuidado intensivo e destacou a importância de um time especializado em nefrointensivismo na melhoria da qualidade e segurança dos serviços prestados aos pacientes.

Considerações Finais

O curso foi coordenado pelo Prof. Drto. Joathan Borges Ribeiro, enfermeiro assistencial da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês e membro da diretoria do Grupo Inova AMIB. Contou ainda com a participação de instrutores altamente qualificados, como o Enf. Drto. João Paulo Victotino, a Enfa. Dra. Andrezza Serpa Franco, o Enf. Dr. Filipe Utuari de Andrade Coelho e a Enfa. Esp. Alessandra Acquesta Castelli.

Este curso reafirmou o compromisso da AMIB em promover a educação continuada e o aperfeiçoamento dos profissionais de saúde. A qualificação de enfermeiros em nefrointensivismo contribui diretamente para a excelência no cuidado ao paciente crítico, reforçando a importância de práticas baseadas em evidências científicas e de uma abordagem colaborativa entre as equipes multiprofissionais.

A iniciativa demonstra a relevância do investimento na formação especializada como meio de garantir que os enfermeiros estejam preparados para enfrentar os desafios complexos da terapia intensiva renal, tornando-se líderes na condução de cuidados de alta qualidade e segurança.

Resposta a Perguntas Frequentes: Qual a legislação e recomendação referente a presença de acompanhantes na UTI?

O cuidado centrado na família na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) é um critério de qualidade do tratamento intensivo moderno. Os parentes não são apenas visitantes, cuidadores e partes interessadas envolvidas, mas também, parceiros da equipe médica e multidisciplinar,  especialmente ao obter as preferências do paciente e durante a tomada de decisão compartilhada. A mudança para o cuidado centrado na família significa que os papéis tradicionais estão mudando; o cuidado centrado na família está se tornando um componente relevante para otimizar os resultados do paciente na UTI.

Esta é uma tendência mundial no tratamento intensivo. A antiga prática que restringia a permanência dos acompanhantes nas unidades se revelou inadequada. Houve aumento da incidência de delirium, sobretudo nos pacientes idosos, com maior morbidade e mortalidade associadas. O enfrentamento do período de luto, por parte dos familiares, se mostrou mais adequado nas unidades que promovem visita estendida ou acompanhamento em tempo integral.

A Legislação Federal determinou em 1990, através da Lei 8069, conhecida como Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), alterada pela Lei 13.257, de 08/03/2016, no sue artigo 12, o seguinte: “Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive unidades neonatais, de terapia intensiva, e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança e adolescente”. A partir da promulgação do ECA as unidades existentes tem que adaptar sua instalação física para o atendimento da lei. Para as novas unidades, conforme a Portaria do Ministério da Saúde, número 895, de 31/03/2017, ficou determinado que: “para novos estabelecimentos de saúde que contemplem em seu projeto UTI-PED ou UCI-PED é obrigatória a previsão, no projeto da sua área física, de sala da apoio equipada com sanitários e chuveiros para o responsável pela criança que estiver internada, de forma a garantir condições para o cumprimento do direito da criança e adolescente à acompanhante, em tempo integral, de acordo com o artigo 12 do ECA”.

A legislação Federal determinou em 01/10/2003, através da Lei 10.741, modificada pela Lei 14.423, de 22/07/2022, o Estatuto do Idoso. O artigo 16 define que: “à pessoa idosa internada ou em observação é assegurado o direito a acompanhante devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para sua permanência em tempo integral, segundo critério médico”.

A Resolução de Diretoria Colegiada número 7 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de 24/02/2010, (RDC-7) nos artigos 24 e 25 define que as Unidades de Terapia Intensiva devem:

Art. 24 – III. Promover ações de humanização da atenção à saúde;

                 IV. Promoção de ambiência acolhedora;

                  V. Incentivo à participação da família na atenção ao paciente quando pertinente.

Art. 25 –  “A presença de acompanhantes em UTI deve ser normatizada pela instituição, com base na legislação existente”.

A legislação definiu duas categorias estatutárias: criança e adolescente (ECA) e idoso, nas quais é obrigatório, se assim for a vontade do paciente ou do responsável, a permanência, em tempo integral, de pelo menos um acompanhante.  Para os demais adultos não há, até agora, legislação obrigatória para um acompanhante em tempo integral. Na prática, contudo, tem se verificado o aumento da permanência do acompanhante. O antigo horário da visita, cerca de 30 minutos por dia, foi sendo ampliado, com várias configurações, até a permanência em tempo integral. Esta mudança foi adotada em decorrência da experiência adquirida, das inúmeras publicações na literatura científica e da agregação de outras disciplinas na equipe multiprofissional de saúde.  Esta prática tem sido cada vez mais adotada quer no Sistema único de Saúde, quer na Saúde Suplementar.  É fato que para a adoção desta medida faz-se necessária adaptações na área física das unidades e algum treinamento das equipes. Os gestores da saúde devem ser informados e convencidos desta necessidade.

Referências:

  1. Estatuto da Criança e do Adolescente. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
  2. Estatuto do Idoso. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm
  3. Resolução de Diretoria Colegiada RDC-7. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm
  4. Portaria MS 895. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt0895_26_04_2017.html
  5. Visita ampliada para pacientes internados em Terapia Intensiva. https://hcrp.usp.br/revistaqualidadehc/uploads/Artigos/471/471.pdf

       6 – Diretrizes para o cuidado centrado na família na UTI Neonatal, Pediátrica e Adulta.

           45(1):p 103-128, janeiro de 2017. | DOI: 10.1097/CCM.0000000000002169

Autor: Marcelo Moock

Colaborador: Marcos Galindo.

UTIs não são o fim da linha para pacientes críticos, alerta campanha da Associação Brasileira de Medicina Intensiva

UTIs não são o fim da linha para pacientes críticos, alerta campanha da Associação Brasileira de Medicina Intensiva

Romper com o estigma das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e valorizar o papel dos intensivistas na recuperação de pacientes críticos: estas são as intenções da campanha Orgulho de Ser Intensivista – 2024, promovida pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Como peça âncora da iniciativa, a entidade já iniciou a divulgação do vídeo Guardiões da Esperança, uma produção desenvolvida pelo publicitário Samuel Normando.

 

Em pouco minutos, o vídeo desafia o senso comum de que as UTIs são lugar de dor, medo e sofrimento, mostrando-as como espaços de esperança, cuidado e acolhimento. A obra busca também sensibilizar a sociedade e os gestores de saúde sobre os desafios enfrentados pelos médicos e outros profissionais em um dos ambientes mais exigentes da medicina.

 

O lançamento da campanha e do vídeo aconteceu em live especial realizada em 1º de agosto. O evento virtual contou com a participação do ator Tony Ramos, que relatou sua experiência recente em uma UTI, onde ficou internado por conta de uma cirurgia de emergência para drenagem de hematoma subdural. Em seu depoimento, ele se apresenta como exemplo “vivo e efetivo” do trabalho desempenhado pelos médicos e profissionais da saúde intensivistas.

 

“Sou leigo, como tantos outros e também não sabia o que era o intensivista. Nada melhor que uma campanha como essa para destacar o papel desse profissional na UTI. Não podemos nos assustar com a ideia de ir para UTI, esse espaço serve para melhoria do paciente, para que ele receba uma atenção ainda maior. Não tenham medo! O intensivista é fundamental na história e no cotidiano de um hospital”, declarou Tony Ramos.

 

Quem também deixou registrado seu relato foi a triatleta Luísa Baptista, medalhista de ouro nos Jogos Pan-americanos de 2019. Em depoimento gravado, ela compartilha um pouco de sua experiência após 90 dias sob cuidados intensivos devido aos ferimentos causados por um atropelamento. Aos pacientes hoje internados, ela encoraja: “tudo passa. Momentos ruins também passam. Então posso dizer aos pacientes, que hoje estão em uma UTI: este momento vai passar”.

 

CAMPANHA 2024 – A Campanha Orgulho de Ser Intensivista é uma iniciativa da AMIB para reconhecer e valorizar o trabalho árduo e a dedicação dos médicos intensivistas. Após anos de desafios extremos, incluindo a crise de leitos, longas filas de espera e decisões complexas, a campanha destaca a força, a resiliência e a competência desses profissionais que estiveram na linha de frente, especialmente durante a pandemia de covid-19.

 

Durante a live de lançamento da edição 2024, a presidente da AMIB, Patrícia Mello, destacou que a ação atribui aos intensivistas muito mais do que o domínio de técnicas médicas, mas a sensibilidade, atenção, agilidade e um conjunto de habilidades que proporcionam uma segunda chance milhares de vidas.

 

“Nós, intensivistas, temos total consciência de que para atuarmos nessa área precisamos ser verdadeiramente vocacionados para essa profissão. Temos uma jornada muito significativa no exercício da medicina; de entrega e realização à beira leito. Somos especialistas dos pacientes graves e somos cuidadores no momento de maior gravidade de suas vidas. Queremos jogar luz na UTI e no trabalho de todos os profissionais intensivistas do Brasil”, enfatizou. 

 

No encontro, o diretor do Comitê de Comunicação da AMIB, Caio Gouvêa, explicou que o vídeo da campanha servirá como norteador para diversas outras iniciativas que ocorrerão até o Dia do Intensivista, celebrado em 10 de novembro. Em seguida, o diretor promoveu um bate-papo com o publicitário idealizador da campanha e os médicos intensivistas que estrelam o vídeo, Murilo Santucci e Bárbara Arcoverde.

 

“Desmistificar as UTIs e poder dar luz ao intensivista foi um dos principais objetivos da campanha. A grandeza da nossa produção é dar uma outra perspectiva e destacar que esse espaço e os profissionais que atuam nele são motivo de muito orgulho”, explicou Samuel Normando.

 

CENÁRIO DAS UTIS – Para promover a campanha, além da live e da divulgação do vídeo, em 1º de agosto também houve coletiva de imprensa na qual diretores da AMIB apresentaram um balanço sobre o perfil dos pacientes adultos nas UTIs brasileiras. O levantamento revela que quase nove em cada dez brasileiros internados em UTIs conseguem alta e seguem suas vidas. Os números fazem parte do Projeto UTIs Brasileiras, que monitora mais de 50% das admissões de adultos em UTIs no país.

 

Além de destacar as taxas de sobrevida dos pacientes no Brasil, o levantamento da AMIB também alerta para as desigualdades enfrentadas no País. A pesquisa ainda desenvolve detalhes sobre o perfil dos pacientes atendidos e as principais causas que levam para a internação nas UTIs. 

Profissionais de Saúde Se Aperfeiçoam no Manejo de Sangramento no Curso AHLS da AMIB​

Médicos Intensivistas Se Aperfeiçoam no Manejo de Sangramento no Curso AHLS da AMIB

Introdução: No dia 07 de agosto de 2024, a sede da AMIB em São Paulo foi o cenário de um evento crucial para o aprimoramento das habilidades de médicos intensivistas: o Curso Teórico-Prático de Manejo de Sangramento (AHLS). Esse curso, patrocinado pela AstraZeneca, foi especialmente desenhado para capacitar médicos na gestão eficaz de sangramentos, uma competência vital em diversas situações clínicas críticas.

Objetivo e Importância do Curso: O curso AHLS (Advanced Hemorrhagic Life Support) teve como principal objetivo capacitar os participantes na identificação, avaliação e manejo de sangramentos em diferentes contextos, desde situações de trauma até complicações pós-parto e emergências neurológicas. Em um campo onde a rapidez e a precisão no tratamento podem significar a diferença entre a vida e a morte, o curso ofereceu uma oportunidade única de aprendizado intensivo, combinando teoria e prática em um ambiente colaborativo e estimulante.

Destaque para os Instrutores: O sucesso de um curso de alta complexidade como o AHLS depende diretamente da expertise dos instrutores, e nesse aspecto, o curso foi uma verdadeira aula de excelência. Contamos com a presença de quatro renomados especialistas, cujas carreiras são marcadas por contribuições significativas à medicina de emergência e ao manejo de crises:

  • Hamilton Rocha: Médico Emergencista, Coordenador Nacional de Emergência da AMIL.
  • Khalil Feitosa: Médico Emergencista e Diretor Executivo do Emergency Talks.
  • Daniel Schubert: Médico Especialista em Medicina de Emergência e Professor de Medicina de Emergência da UERJ.
  • Anderson Pinheiro: Médico Ginecologista e Obstetra.

Esses instrutores não apenas compartilharam seu conhecimento teórico, mas também conduziram as práticas de forma a simular situações reais, proporcionando aos participantes uma imersão que vai além do aprendizado convencional.

Programação do Curso: O curso foi dividido em duas partes principais:

  • Manhã: A sessão teórica começou com uma introdução ao manejo de sangramentos, abordando os pilares do tratamento, seguido por discussões detalhadas sobre AVC hemorrágico, hemorragia digestiva alta, e sangramentos decorrentes de traumas. Houve também espaço para temas específicos como epistaxe e hemoptise, hemorragias pós-parto e o uso de tromboelastografia no doente crítico.

  • Tarde: A sessão prática foi dedicada ao controle de sangramentos em diferentes cenários. Os participantes foram divididos em grupos para rodízios que incluíram:

    • Controle de Sangramento no Trauma: Técnicas como preenchimento de feridas, uso de torniquetes e e-FAST.
    • Identificação e Controle do Sangramento Neurológico: Avaliação de cenários críticos e interpretação de tomografias de crânio.
    • Controle de Sangramento Digestivo e Respiratório: Manejo de hemorragias internas com foco em emergências digestivas e respiratórias.
    • Controle de Sangramento na Gestação e Puerpério: Técnicas específicas para gestão de hemorragias em contextos obstétricos.

Testemunhos dos Participantes:

O feedback dos participantes foi extremamente positivo, refletindo a qualidade e a relevância do curso. Um dos alunos comentou:

Outros participante destacaram:

Resultados e Impacto: O curso AHLS não apenas atingiu seus objetivos de capacitação, mas também reforçou a importância de treinamentos contínuos e especializados na área de saúde. A colaboração entre a AMIB e a AstraZeneca é um exemplo de como parcerias estratégicas podem contribuir para a formação de profissionais mais bem preparados para enfrentar os desafios da prática clínica.

Conclusão: O sucesso do Curso Teórico-Prático de Manejo de Sangramento (AHLS) reafirma o compromisso da AMIB em promover a educação continuada e em garantir que os profissionais de saúde estejam sempre à frente em conhecimento e prática. Este evento, marcado pela qualidade dos instrutores e pela participação ativa dos alunos, é um testemunho do valor de investir em capacitação especializada.

Confira a Galeria de Fotos

UTIs: 84% dos brasileiros internados conseguem alta médica

UTIs: 84% dos brasileiros internados conseguem alta médica

Números fazem parte do Projeto UTIs Brasileiras

Quase nove em cada dez brasileiros que passam por uma unidade de terapia intensiva (UTI) conseguem alta, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

Os números fazem parte do Projeto UTIs Brasileiras, que monitora mais de 50% das admissões de adultos em UTIs no país, e mostram que a taxa de sobrevivência nesses ambientes chega a 84%.

“Se, por um lado, a taxa de mortalidade global nas UTIs brasileiras foi registrada em 16%, o levantamento evidencia algumas desigualdades que preocupam os médicos”, destacou a entidade, por meio de nota.

A Região Nordeste, por exemplo, tem a maior taxa de mortalidade hospitalar (24,5%), seguida pelo Sudeste (23,2%), enquanto o Sul apresenta a menor taxa (14,7%).

Além disso, hospitais públicos, por exemplo, apresentam taxas de mortalidade mais elevadas (27%) quando comparados a hospitais privados (11%). “Em todos os cenários, é possível observar um aumento significativo em 2020, chegando a aproximadamente 35% devido à pandemia, seguido por uma diminuição nos anos seguintes”, destacou a associação.

Sepse

Popularmente conhecida como infecção generalizada, a sepse continua respondendo como principal causa de internação não cirúrgica em UTIs brasileiras. Quase um terço dos pacientes que chegam a essas unidades o fazem devido a complicações infecciosas graves.

O quadro é uma resposta inflamatória sistêmica a uma infecção que pode levar rapidamente à falência de múltiplos órgãos e à morte quando não tratada prontamente.

Cirurgias ortopédicas

Entre as cirurgias eletivas, as cirurgias ortopédicas são a principal causa de internação em UTIs no país, representando 14,7% dos casos, seguidas por procedimentos invasivos cardíacos e endovasculares (10%). Entre as cirurgias de urgência, as cirurgias ortopédicas também lideram, com 15,2% das internações, seguidas por cirurgias abdominais (12,6%).

Perfil

Os dados divulgados pela Amib revelam um perfil equilibrado entre pacientes adultos de UTIs, com homens e mulheres representando aproximadamente metade de todas as internações ao longo dos anos. A distribuição etária indica uma concentração significativa de internações entre idosos, sendo que a idade média dos pacientes internados é 63 anos.

As comorbidades mais frequentes entre pacientes internados em UTIs incluem a hipertensão arterial, presente em 66,6% dos casos, e o diabetes, diagnosticado em 33,9% dos pacientes. Outras comorbidades classificadas como significativas são tumores sólidos, insuficiência renal crônica e insuficiência cardíaca.

Campanha

Por meio da campanha Orgulho de Ser Intensivista, a Amib pretende reconhecer e valorizar o papel de médicos intensivistas na recuperação de pacientes críticos, além de sensibilizar a sociedade e os gestores de saúde sobre o trabalho em um dos ambientes mais desafiadores da medicina.

A entidade considera a presença de intensivistas capacitados fator decisivo para a redução das taxas de mortalidade em UTIs, “o que demonstra a importância de investimentos contínuos na formação e valorização dos especialistas para melhorar ainda mais os resultados nas UTIs em todo o Brasil”.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-08/utis-84-dos-brasileiros-internados-conseguem-alta-medica

Com atuação de intensivistas, UTIs brasileiras alcançam 84% de sobrevivência para pacientes em estado crítico

Com atuação de intensivistas, UTIs brasileiras alcançam 84% de sobrevivência para pacientes em estado crítico

Quase 9 em cada 10 pacientes que passam por uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil conseguem alta e retomam suas vidas. Esse dado foi divulgado nesta quinta-feira (1º) pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), no âmbito da campanha “Orgulho de Ser Intensivista”. Segundo o levantamento, que faz parte do Projeto UTIs Brasileiras e monitora mais de 50% das admissões de adultos em UTIs no País, a taxa de sobrevivência nesses ambientes chega a 84%. A atuação especializada dos médicos intensivistas e outros profissionais nas UTIs brasileiras tem sido fundamental para esses resultados.

A campanha tem como objetivo reconhecer e valorizar o papel dos médicos intensivistas na recuperação de pacientes críticos e sensibilizar a sociedade e gestores de saúde sobre a importância do trabalho dos que atuam em um dos ambientes mais desafiadores da medicina. Ao longo da campanha, a AMIB pretende mostrar histórias de sucesso, compartilhar dados e estatísticas que evidenciam a eficiência do cuidado intensivo, e discutir os desafios enfrentados pelos intensivistas, incluindo as desigualdades regionais e as diferenças entre o setor público e privado.

“Os médicos intensivistas, que estão na linha de frente do cuidado intensivo, buscam garantir que os pacientes recebam um monitoramento contínuo e intervenções rápidas e precisas. Para nós, a UTI é um espaço de recuperação e esperança, e não de desfecho fatal”, destaca a presidente da AMIB, Patrícia Mello. Ela acredita que a presença de intensivistas capacitados é um fator decisivo para a redução dessa taxa, o que demonstra a importância de investimentos contínuos na formação e valorização dos especialistas para melhorar ainda mais os resultados nas UTIs em todo o Brasil.

Se por um lado a taxa de mortalidade global nas UTIs brasileiras foi registrada em 16%, o levantamento evidencia algumas desigualdades que preocupam os médicos. O Nordeste, por exemplo, tem a maior taxa de mortalidade hospitalar (24,5%), seguida pelo Sudeste (23,2%), enquanto a região Sul apresenta a menor taxa de mortalidade (14,7%). Além disso, hospitais públicos, por exemplo, apresentam taxas de mortalidade mais elevadas (27%) em comparação com os hospitais privados (11%). Em todos os cenários, é possível observar um aumento significativo em 2020, chegando a aproximadamente 35% devido à pandemia, seguido por uma diminuição nos anos seguintes.

Antigamente conhecida como infecção generalizada, a sepse continua respondendo pela principal causa de internação não cirúrgica nas UTIs. Quase um terço dos pacientes que chegam às UTIs o fazem devido a complicações infecciosas graves, que exigem uma intervenção rápida e eficaz por parte dos médicos intensivistas. A sepse é uma resposta inflamatória sistêmica a uma infecção, que pode levar rapidamente à falência de múltiplos órgãos e à morte se não for tratada prontamente.

Nas cirurgias eletivas, as ortopédicas são a principal causa, representando 14,7% dos casos, seguidas por procedimentos invasivos cardíacos e endovasculares (10%). Nas cirurgias de urgência, as cirurgias ortopédicas também lideram, com 15,2% das internações, seguidas por cirurgias abdominais (12,6%).

Os dados revelam um perfil equilibrado entre os pacientes adultos, com homens e mulheres representando aproximadamente metade de todas as internações ao longo dos anos. A distribuição etária indica uma concentração significativa de internações entre os idosos. A idade média dos pacientes internados é de 63 anos. Entre as comorbidades mais frequentes entre os pacientes internados em UTIs, destacam-se a hipertensão arterial, presente em 66,6% dos casos, e o diabetes, em 33,9% dos pacientes. Outras comorbidades significativas incluem tumores sólidos, insuficiência renal crônica e insuficiência cardíaca.

UTIs Brasileiras – Há quase 15 anos, o projeto UTIs Brasileira é uma iniciativa da AMIB em parceria com a Epimed Solutions. A plataforma incorpora informações para orientar políticas de saúde e estratégias de cuidado aos pacientes críticos. Atualmente, a maior plataforma epidemiológica de UTIs do mundo reúne informações de 724 hospitais, 1.636 UTIs e 22,7 mil leitos, tendo monitorado quase 5 milhões de admissões em todo o País desde seu lançamento. Somente em 2024, o projeto estima registrar mais de 1 milhão de novas admissões.

“Para uma UTI organizada, a gestão de dados é essencial. Precisamos de dados que possam ser transformados em informações e que nos permitiram tomar decisões. Neste sentido, o UTIs Brasileiras é uma iniciativa que busca incentivar o maior número de UTIs do nosso País a ter essa cultura da coleta de dados, da decisão baseada em dados e da melhoria contínua baseada em evidências”, explica Ederlon Rezende, presidente do Conselho Consultivo da AMIB.

Segundo o médico, as UTIs que coletam dados são as mais organizadas e quando fazem gestão baseada em indicadores tem melhores resultados. “O especialista em Medicina Intensiva, dentre suas distintas habilidades, destaca-se a capacidade de liderar a equipe e o processo de organização da UTI”, disse.

Com base nesses dados, além do apelo por um fortalecimento das políticas públicas voltadas para a capacitação e valorização dos médicos intensivistas, a AMIB recomenda a implementação de protocolos rigorosos de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz de sepse.

Entre outras ações, também recomendada o reforço em campanhas sobre a importância da prevenção de infecções e sobre a importância de hábitos saudáveis e a procura de atendimento médico precoce para condições graves.